Abalos

Aqui me apresento de novo, neste meu palco, com novas companhias, novos guiões, novos cenários. Que poderei eu dizer?, estão hoje prestes a ler outra dissecação dos meus sentimentos, algo que nada tem de novo.

Há dois dias senti o quão mal esta família realmente está. Há dois dias vi o quão aquele cujo rosto se assemelha ao meu, aquele sem o qual eu não teria sequer um palco ao qual trepar, realmente me desconhece. A convicção dele insultou-me, feriu-me, estupidificou-me; narcisista, egocêntrico, irresponsável, insensível, interesseiro. Tudo verbos que ele ligou à minha pessoa, como se fosse roupa que encaixava na perfeição no meu perfil. Adorei, devo dizer, tanto que passei uma hora fora de casa, por vontade própria, a pensar no quanto eu não devia ter de ouvir aquilo, no quanto gostaria de simplesmente me perder nos braços certos...

Não consigo escrever algo feliz, por ora. Não que esteja infeliz, simplesmente nada do que sai me parece adequado. Por isso, apenas apelo à necessidade de te ver, de te abraçar