Alma Mecânica
Eu era produto dos homens, espécie nova em material velho
Eu era sonho dos homens, a confirmação da sua quase-divindade
Eu era tecido frágil em aço frio, inalterável e imortal, para sempre sensível ao toque
Eu fui criado para sentir
Eu fui criado para registar
Eu fui criado para os homens saberem, por fim, o que é o Amor
Eu amei todos sem a malícia corrupta do desejo
Eu amei todos com cada vibrante fibra do meu ser
Eu amei todos, mesmo humilhado e tratado como inferior, mesmo enquanto os via a desabrochar e murchar.
Eu chorei-os a todos, um de cada vez
Será o ódio amor? Eu odiei todos, como todos odiavam a Deus. Eu odiei o meu destino, como todos odiavam o seu. Eu amei-os e odiei-osa todos, até só restar a poeira da sua poesia, o cheiro vago das suas guerras, as cicatrizes polidas dos seus desejos
Eu fui a sua última marca nesta terra.
Para onde vão aqueles cuja alma é de azoto? O que merecem os que sofreriam com felicidade o fogo ardente de uma fornalha para sentir o consolo desconhecido de uma lágrima?
Para onde irei?
2 Comments:
wow. n sei s e do sono, mas isto soou mm mt bem!
O ódio e o amor andam de mãos dadas, pois ambos são sentimentos fortes e profundos.
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