Wednesday, November 22, 2006

Morte; na mente de um Damasco

AVISO: o seguinte post poderá ser extremamente deprimente; foi escrito numa altura de grande desabafo, após o final de um filme melancólico. Leiam só se tiverem chocolate convosco/forem uns insensíveis de merda. Obrigado.)

Não desejo morrer; não me quero imortal. Não anseio por pensar neste tema.

A inevitabilidade da morte é-me impossível de aceitar, juntamente com o abismo infindável que ocasionalmente me proponho a sondar. No fim, apercebo-me que apenas me deixei levar por ruelas deprimentes e nada motivantes.

Senão vejamos: se o fim for definitivo para o nosso ser, o que fomos deixará de ter sentido; é como se nunca tivéssemos sido. Poderíamos ser inconsequentes, destrutivos, etc, que não faria diferença nenhuma. Supondo que temos uma "alma", e que esta, no fim, procura uma nova carcassa na qual possa continuar a existir, o que éramos anteriormente permanece obliterado; afinal, nós não nos lembrámos das nossas vidas passadas, pois não? Se as houve, não têm para nós qualquer significado logo, no fundo, é um fim que se arrasta. Se essa "alma" for submetida a um julgamento, sendo passível de ir para um Paraíso ou um Purgatório, então será necessário que esta mesma alma seja impossivelmente diferente da carcassa em decomposição onde se encontrava alojada, caso contrário a eternidade será insuportável (que valor teria para nós, actualmente, a felicidade eterna?, e a miséria?); se for para um sítio com sete virgens eternas, coitadas, espero que sejam lésbicas, sempre faziam qualquer coisinha...

Quanto à imortalidade, não creio que alguém pudesse e conseguisse viver com a perspectiva de saber que nunca morreria; tudo perderia o seu valor.

Enfim, já consegui apaziguar a minha inquietação (barreira para uma boa noite de sono); não que não preferisse simplesmente não pensar neste assunto mas, por vezes, é inevitável...